sexta-feira, 29 de abril de 2011

Características fundamentais da adolescência; problemas prioritários na intervenção com adolescentes e sugestões para minimizá-los.

Considerando-se a adolescência entre os 10 e 25 anos podemos dividi-la em três fases: fase inicial (entre os 10 e 15 anos); fase intermédia (entre os 15 e 18 anos); fase final (desde o final do ensino secundário até à entrada de um ou mais papeis adultos).

Sendo a fase da adolescência marcada por características específicas são de salientar a existência de várias mudanças a nível biológico, cognitivo, social e emocional que originam desafios, transições, crises e necessidades que, com a sua superação/desenvolvimento de uma progressiva maturidade, darão origem à construção da identidade do adolescente.

Os problemas que forem surgindo nesta fase surgem como formas de adaptação e, segundo Erikson, para se atingir uma identidade madura esta deverá basear-se em crise/exploração e comprometimento.

Como características que permitem descrever um adolescente refiro como fundamentais: egocentrismo, imaturidade, instabilidade, confusão, despertar para novas realidades, busca acentuada de autonomia, forte necessidade de reconhecimento e aceitação, idealismo, utopia, entusiasmo, criatividade, ingenuidade, embrião para uma nova identidade, adopção das influências dos pares. 

O principal problema a resolver em relação aos adolescentes, a meu ver, será antes de tudo, no sentido de arranjar forma de estabelecer pontes de entendimento. 

Uma vez que se trata de uma etapa em que se fecham no seu próprio mundo, ora individualmente, ora dentro do seu grupo de pares, será difícil os pais e educadores encontrarem forma de ser aceites e se integrarem no convívio e maneira de estar dos adolescentes, originando a necessidade de utilizar estratégias de intervenção que minimizem o afastamento/isolamento e possam ajuda-los a ultrapassar esta fase, de uma forma construtiva.

Para isso identifico como prioritário a criação de actividades que minimizem a insegurança, incentivem a partilha e responsabilidade, assim como promovam a autonomia, sendo importante ocupa-los em actividades saudáveis em que, ao mesmo tempo, possam conviver e consciencializar-se e interiorizar-se dos problemas a que estão sujeitos, tomando conhecimento das consequências e efeitos negativos para a saúde resultantes da tomada de más decisões e, ao mesmo tempo, estarem distraídos e envolvidos.

Uma boa forma seria promover entre os adolescentes uma disciplina em que, através de jogos de dinâmica de grupo e debates, cujos temas a tratar ou forma de os conduzir, por um lado, resultasse num dialogo entre o lúdico em que a ansiedade seria minimizada e informasse/ajudasse a identificar riscos para a saúde e, por outro lado, incentivasse a autonomia e a capacidade de intervenção ajudando cada um a encontrar a sua identidade pessoal e no grupo, preparando-os para uma cidadania saudável. Temas como as drogas, o álcool, a sexualidade, a diversidade, o relacionamento interpessoal, a família, valores, a utilização da Internet (perigos, maximização na sua utilização), temas do mundo social e da vida tais como problemas ambientais, entre outros, decerto seriam uma mais-valia na formação de jovens conscientes e responsáveis preparados para exercerem, no futuro, o papel de cidadãos responsáveis.
 Alexandra Caracol


Bibliografia
  • Adolescência e identidade. (Para ler o texto clique na imagem).
  • A saúde do adolescente: O que se sabe e quais são os novos desafios. (Para ler o texto clique na imagem). 
  • Educação sexual em rede (para ler o texto clique na imagem).

  • Programa Nacional de Saúde dos Jovens 2006-2010. (Para ler o texto clique na imagem)

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